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Eles consideram inaceitável o índice de repetência de 19,9% (referente a 2010, último ano com dados disponíveis), por excluir milhares de jovens das salas de aulas, gerar desperdícios calculados em R$ 406 milhões anuais e comprometer o desenvolvimento gaúcho.
Em reportagem de ontem, Zero Hora revelou como o Rio Grande do Sul ganhou o campeonato de maior reprovador brasileiro no Ensino Médio, apresentando um desempenho que assusta até mesmo o secretário estadual da Educação, Jose Clovis de Azevedo.
Para o pesquisador Gabriel Grabowski, da Universidade Feevale, um conjunto de fatores se acumulou nos últimos 20 anos, potencializando a deficiência.
O mais grave é a falta de investimentos. Grabowski observa que o Brasil aplica somente R$ 1,7 mil anuais por estudante, enquanto outros países, de porte econômico semelhante, investem cerca de R$ 10 mil.
Outro motivo é que 85,9% das matrículas do Ensino Médio estão com a rede pública estadual, justamente a menos contemplada com recursos.
— A esfera pública deveria receber maior atenção. Mas ocorre o inverso, está sendo desprestigiada — diz o professor da Feevale, especialista em Ensino Médio e Educação Técnica Profissional.
Helena Côrtes, da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS), lembra que o Ensino Médio, se comparado ao Fundamental, sempre registrou maior repetência e evasão.
Propõe, como uma das soluções, tornar o ensino mais atraente, sintonizado com a vida dos jovens. Recomenda que uma das providências é equipar as escolas.
— O perfil do aluno do Ensino Médio é o do adolescente ligado em tecnologias — afirma.
O baixo desempenho gaúcho não surpreende Vera Peroni, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Vera entende que o resultado ruim apenas reflete o “desmonte” que a escola pública vem sofrendo há décadas no país.
Não bastasse a falta de investimentos, Vera aponta que a escola secundária foi sobrecarregada com a expansão do número de vagas.
— Espera-se de tudo da escola, mas sem investimento algum para que ela possa cumprir suas funções — critica a educadora da UFRGS.
Fonte: Zero Hora
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