Aprovado na terça-feira pelo Senado, o projeto que reserva metade das vagas para esses alunos deverá ser sancionado nos próximos dias pela presidente Dilma Rousseff. Em 2012, as instituições no Rio Grande do Sul já ofereceram mais de 8 mil vagas por meio de cotas.
Amaior parte das vagas reservadas será criada na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Em 2012, a instituição ofereceu 3.866 vagas (3.168 no vestibular de verão e 698 no de inverno), sem nenhum tipo de ação afirmativa. Pelo novo sistema, 1.933 assentos seriam destinados a alunos de escola pública.
— A partir de agora, a universidade deve iniciar um processo de discussão para encontrar a melhor forma de se adaptar à lei — afirma o pró-reitor de graduação da UFPel, Cláudio da Cunha Duarte.
Duas federais gaúchas não preveem ações afirmativas
Além da UFPel, a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) é a outra, entre as sete universidades federais gaúchas, que não prevê nenhum tipo de ações afirmativas para o ingresso de alunos. Este ano, as 408 vagas foram disputadas sem qualquer distinção entre os concorrentes.
O percentual de alunos cotistas exigido pelo projeto de lei já é cumprido pela Universidade Federal do Pampa e, em dois casos raros no Brasil, superado pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFF).
— O projeto vem para confirmar algo que já existe, mas que precisa ser adotado e disciplinado em todas as universidades. Hoje cada uma faz do jeito que achar melhor — afirmou a Zero Hora a senadora Ana Rita (PT-ES), uma das relatoras do projeto de lei.
O documento prevê que as cotas irão vigorar por 10 anos. Depois desse prazo, haverá revisão do tema com o objetivo de verificar se o modelo deu certo. A quebra da autonomia universitária é a principal crítica dos reitores após a aprovação do projeto.
Representante dos reitores, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) posiciona-se contra o projeto desde que a tramitação começou na Câmara.
— Quase todos os reitores são a favor de políticas afirmativas, mas as ações devem ser estabelecidas a partir da autonomia, respeitando a especificidade de cada região — afirma o presidente da Andifes, Carlos Maneschy.
Fonte: Zero Hora
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