24 de mar. de 2011

A manipulação do reality show

O big Brother Brasil chegou ao Brasil no ano 2000. Atualmente o programa é  destaque em outras mídias como jornais e revistas. Os desconhecidos que ali entram saem do anonimato e perdem sua privacidade em troca dos seus minutos, ou melhor, meses de fama. O principal desafio é permanecer até o final sem ser eliminado pelo público que decide quem sai e quem fica.

 Esta popularidade causa fascínio no público, que passa a se espelhar nas atitudes e comportamento destas pessoas que estão em tão grande evidência. O programa passa assim, a exercer função propagadora de usos, costumes, comportamentos e muito mais. O interessante disto é que eles (os heróis) não fazem nada  além de conviver com os demais.

O programa que já está em sua décima primeira edição, raramente exibe algo que colabore com a sociedade (educação e cultura). Ao contrário, reforça a diferença entre as classes e o culto ao corpo, estereotipando e ditando padrões de beleza. A falta de privacidade acaba trazendo à tela de uma família, conteúdos que tem forte apelo sexual ou conotação erótica. Problema nenhum teria isto se o programa tivesse como público principal apenas adulto, o que não acontece, pois o Big Brother também é assistido pelo público infanto-juvenil e até direcionado para ele. Não é a toa que o Boninho está trabalhando na mira do Ministério Público.

Muitos outros conteúdos já foram foco no programa como: racismo, sexo livre, bigamia, homossexualidade, etc. Todos estes tiveram seus efeitos minimizados quando deveriam ter sido maximizados e abertos à 
discussão.

Além do conteúdo gerado pelas situações ocorridas na própria casa pelos participantes, quadros complementares de humor feitos em desenho satirizam e ampliam conflitos, manipulando a mente do telespectador a fazer um julgamento às vezes errado, de atitudes tomadas pelos participantes. Esta manipulação indireta e subjetiva atinge em cheio o inconsciente das pessoas. Perseu Abramo, em sua obra intitulada Padrões de manipulação na grande imprensa, salienta que a mídia é responsável pela construção de consensos e pela construção da realidade baseada em fragmentos e apresentados como a totalidade do mundo. 

Fique de olho!  A TV brasileira está mais preocupada com as estratégias de audiência do que com a educação e cultura do povo brasileiro.

Um comentário:

  1. Muito bom teu texto. Mas infelizment a sociedade se alimenta disso,baixaria,brutalidade,etc
    Neiva

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